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Wellness real estate: arquitetura, design e ambientes saudáveis

  • Foto do escritor: Serra Life
    Serra Life
  • 24 de out.
  • 4 min de leitura

Nos últimos anos, o conceito de wellness real estate tem ganhado destaque no mundo todo. Traduzido como “imóveis de bem-estar”, ele se refere a empreendimentos projetados para melhorar a saúde física, mental e emocional das pessoas que vivem ou trabalham neles.


Mulher com muitas plantas em seu apartamento

Mais do que paredes, concreto e estruturas funcionais, esse movimento coloca o bem-estar humano no centro da arquitetura e do urbanismo. A lógica é simples, mas poderosa: se passamos mais de 80% do nosso tempo em ambientes internos, esses espaços precisam favorecer a saúde.


De acordo com o Global Wellness Institute, o setor de wellness real estate movimentava cerca de US$ 148 bilhões em 2017 e, em 2024, ultrapassou US$ 584 bilhões, com previsão de chegar a US$ 1,1 trilhão até 2029. Esse crescimento acelerado mostra como a busca por ambientes saudáveis deixou de ser nicho e se tornou um dos principais motores do mercado imobiliário global.


Por que a demanda por ambientes saudáveis cresce


Mudanças pós-pandemia

A pandemia de Covid-19 mudou profundamente a forma como as pessoas enxergam a relação entre moradia e saúde. Com o home office, muitos perceberam a importância da iluminação natural, da ventilação adequada e de áreas externas. Apartamentos e casas que antes eram vistos apenas como “lar” passaram a ser avaliados também como “espaços de saúde”.


Qualidade de vida e longevidade

O aumento da expectativa de vida e o avanço da economia prateada (silver economy) ampliaram a busca por ambientes que promovam bem-estar. Pessoas com 50, 60 anos ou mais querem viver com autonomia, conforto e saúde, e a arquitetura tem papel fundamental nisso.


Saúde mental em foco

Outro fator é o crescimento das preocupações com saúde mental. Ambientes estressantes, barulhentos e sem áreas verdes podem intensificar ansiedade e depressão. Por isso, projetos de wellness real estate investem em design biofílico, espaços de convívio, áreas silenciosas e integração com a natureza.


Arquitetura e design que promovem saúde


O wellness real estate vai além da estética. Ele se traduz em princípios arquitetônicos e de design que têm como objetivo melhorar a vida das pessoas. Entre os mais importantes estão:


Design biofílico

O termo vem de “bio” (vida) e “philia” (afinidade). É a arquitetura que busca integrar o ser humano à natureza, usando plantas, jardins internos, varandas verdes, iluminação natural e contato visual com o ambiente externo. Estudos mostram que esse tipo de design reduz estresse, aumenta produtividade e melhora a qualidade do sono.


Iluminação natural e ventilação cruzada

Ambientes claros e bem ventilados favorecem a produção de vitamina D, regulam o ciclo circadiano (sono-vigília) e evitam doenças respiratórias. Projetos de wellness valorizam janelas amplas, pé-direito alto e ventilação natural.


Materiais saudáveis e sustentáveis

Tintas, móveis e revestimentos podem liberar compostos tóxicos no ar. O wellness real estate valoriza o uso de materiais certificados, de baixo impacto e não poluentes. Além disso, a sustentabilidade é chave: madeiras de reflorestamento, sistemas de reaproveitamento de água e energia solar são exemplos.


Espaços de convivência

O isolamento social é um dos grandes problemas do envelhecimento e da vida urbana. Por isso, empreendimentos wellness investem em praças, cozinhas compartilhadas, áreas de lazer e academias que incentivem conexões humanas.


Acessibilidade e inclusão

Um projeto saudável também precisa ser acessível. Rampas, elevadores, corrimãos e sinalizações adequadas garantem autonomia a pessoas de todas as idades e condições físicas.


Dados e tendências globais


De acordo com o Global Wellness Institute, o mercado global de wellness real estate é um dos segmentos que mais cresce no setor imobiliário. Em média, o crescimento anual tem sido superior a 18%, impulsionado por consumidores cada vez mais atentos à relação entre ambiente e saúde.


Exemplos internacionais inspiradores

  • Japão: cidades inteligentes adaptadas para longevidade, com foco em mobilidade, acessibilidade e integração social.

  • Alemanha: bairros planejados com urbanismo inclusivo, áreas verdes e transporte público acessível.

  • Estados Unidos: comunidades voltadas ao bem-estar, conhecidas como wellness communities, que combinam moradia, serviços de saúde, academias e espaços de convivência.


Oportunidades no Brasil

O Brasil ainda engatinha nesse segmento, mas já existem sinais de crescimento. A busca por condomínios sustentáveis, prédios com áreas verdes e projetos de arquitetura biofílica cresce entre famílias e investidores. No Rio Grande do Sul, onde a longevidade já é destaque nacional, o wellness real estate encontra terreno fértil para se desenvolver.


Wellness real estate e economia prateada


Um dos aspectos mais interessantes é a conexão entre wellness real estate e economia prateada. Com a população envelhecendo rapidamente, há demanda crescente por moradias adaptadas, senior living e ambientes que favoreçam a saúde.

Esse cruzamento de tendências cria oportunidades para arquitetos, construtoras e investidores:

  • Imóveis que unem acessibilidade e conforto;

  • Espaços que previnem doenças e incentivam bem-estar;

  • Projetos que ampliam a longevidade saudável.


O wellness real estate não é apenas uma tendência


É uma resposta necessária às transformações demográficas, sociais e culturais do século XXI. Projetos que unem arquitetura, design e bem-estar ganham cada vez mais força no mundo e começam a se consolidar no Brasil. Eles refletem um novo estilo de vida, onde saúde, qualidade de vida e sustentabilidade deixam de ser opcionais para se tornarem fundamentais.

Investir em ambientes saudáveis é investir no futuro. Afinal, viver mais e melhor depende não apenas de escolhas individuais, mas também dos espaços que habitamos todos os dias.

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